terça-feira, 28 de dezembro de 2010

apetece-me ser uma gaivota.

Hoje não sei voar, mas sonhei ser uma linda gaivota de asas brancas, brilhantes, voantes no tempo sem limite de chegada, nem pré-aviso de partida.
Sabendo, e não querendo dizer, que um dia acaba tudo e nada mais fica, só a memória das noites frias do Inverno intenso, gelado, escuro, só.
Recordando-se do sangue da parede de cale, duma casa velha num sitio obscuro que passara e, onde se magoara numa asa sem ter cura, o seu coração partiu de dor, tudo por amor. Salvando um amor dum sufoco, dum frio incontrolável no peito, duma tristeza irreversível, vinda dum tom de voz duro.
Palavras que devoravam os segredos, as ruas cansadas dos tons prata, as praças divinas, os tocares únicos, os espaços cheios, as margens dos rios reluzentes, os sonhos irreais, o seu sereno tocar, apetecendo-me ver lá de cima o mundo ao contrário.
Voar sem ruma certo, procurando apenas o calor do Verão, os traço ideais, uma asa para me puder guiar, no seu ruma mais bonito, sincero, no rumo do amor.
Difícil seria delinear o caminho para voar, aparentemente, o incerto é o mais certo e o mais correcto.
Gostar de alguém como quem gosta do dia em que folga, gostar como quem de dançar na rua, como quem gostar de beijar profundamente, gostar, apenas gostar do amanhã.
Ficando pousada, à espera de alguém que venha entrelaçar sua asa na minha, para amanhã vencer-mos o caminho longo, juntos, voado no céu azul sob as águas límpidas do percurso não pensado.
Se calhar, o melhor será encontrar um alguém que queira sonhar com uma gaivota, e tenha em seu sonho o mesmo que eu.
Partilhando assim, o meu caminho, entrelaçados então, pelo amor.
Saberei onde esperar, o certo é-me encontrarem, num mundo meu.


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